quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

NESTE SÁBADO - 18/12 - 15H - CINE BIJOU



O PROJETO CINE BIJOU CINEMA E MEMÓRIA CONVIDA A TOD@S

PARA A ÚLTIMA SESSÃO DO ANO

SÁBADO 18/12 - 15 H

EXIBIÇÃO DOS DOCUMENTÁRIOS


LOTEAMENTOS CLANDESTINOS (1979)
DE ERMÍNIA MARICATO

No final dos anos 70, uma série de bairros periféricos de São Paulo se defrontam com diversas práticas de especulação imobiliária, e contra elas se organizam para resistir e lutar por seus direitos.

E

PERIFERIA LUTA (2009)
PASSA PALAVRA, CMI E VOZES DA TRINCHEIRA
Na periferia de São Paulo nos anos 2010 diversas comunidades sofrem os abusos promovidos pelo Estado associado a grandes empresas. O vídeo denuncia situações trágicas, enchentes e despejos em massa, e mostra a luta nessas quebradas.

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RODA DE CONVERSA COM PARTICIPANTES

TEATRO STUDIO 184
PÇA ROOSEVELT, 184 - CENTRO

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Domingo - 28/11 - 19h30 - Diário do Cidadão - Elifas Andreato - Teatro Studio 184

SÁBADO 27/11 - TEM CINE BIJOU - 15H - O ENCOURAÇADO POTEMKIN, DE SERGEI EISENSTEIN




O CINE BIJOU CINEMA E MEMÓRIA
EXIBIRÁ NESTE SÁBADO, 27/11, AS 15H, O FILME

"O ENCOURAÇADO POTEMKIN" DE SERGEI EISENSTEIN (1925)

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INTERVENÇÃO TEATRAL
"PROJETO LITERATURA VIA LESTE"
DA CIA. INSURGENTE



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RODA DE CONVERSA COM OS PARTICIPANTES


SINOPSE DO FILME: Em junho de 1905 a Rússia é sacudida pela febre revolucionária. O encouraçado da frota do czar, "Príncipe Potemkin de Táurida", encontra-
se fundiado em frente ao porto de Odessa. Vakulinchuk e Matuchenko, dois marinheiros da tripulação, membros do movimento revolucionário clandestino, incitam seus companheiros a protestarem pela dureza com que são tratados pelos oficiais, pelas más condições de vida e aderem à revolução. O capitão Golikov ameaça castigar os rebeldes, mas sua guarda se nega a atirar nos marinheiros, os quais tomam o barco rapidamente. Vakulinchuk morre no motim, traído covardemente. O seu cadáver é levado ao porto e velado no cais, e a população de Odessa desfila em solidariedade diante do corpo do marinheiro e envia alimento aos rebeldes. Quando a bandeira vermelha é içada no encouraçado, o almirantado ordena que o exército resolva a situação, promovendo uma carnificina entre os cidadãos de Odessa que estavam no cais. Os amotinados respondem bombardeando a sede do almirantado, enquanto a esquadra czarista se dirige à Odessa para destruir o navio rebelde. LEIA MAIS EM: http://cultmovies.multiply.com/journal/item/35


SOBRE A INTERVENÇÃO TEATRAL: O Projeto Literatura via leste é realizado pela companhia insurgente, núcleo artístico da Cooperativa Paulista de Teatro e tem por objetivo a difusão da literatura e o estímulo à leitura através de ações que envolvem leituras dramatizadas, debates com o público, fornecimento de livros para equipamentos culturais e divulgação em escolas. Para essa iniciativa foram selecionadas quatro obras de autores representativos do leste europeu que foram fortemente influenciados pelo contexto histórico que vai do pós do guerra ao desmanche da cortina de ferro: O General do exército morto, do albanês Ismail Kadaré; A Insustentável leveza do ser, do tcheco Milan Kundera; Propaganda monumental, do russo Vladimir Voinovitch e A Exposição das rosas do húngaro Istvan Orkéni. Contemplado pelo ProaC - Programa de Ação Cultural do Governo de São Paulo em 2009, todas as ações do projeto previstas para ocorrerem até o mês de setembro de 2010 são oferecidas gratuitamente e divulgadas no Blog www.companhiainsurgente.blogspot.com



CINE BIJOU – CINEMA E MEMÓRIA
LOCAL: Teatro Studio 184, Pça Roosevelt, 184 – Centro

REALIZAÇÃO
a Ponte, Núcleo Memória, Teatro Studio 184 e Sarau da Ademar
APOIO: Programa VAI
CONTATOS: bijoucinememoria@gmail.com

terça-feira, 9 de novembro de 2010

PRÓXIMA SESSÃO DO CINE BIJOU - SÁBADO - 13/11/2010



O CINE BIJOU CINEMA E MEMÓRIA
EXIBIRÁ SÁBADO, 13/11, AS 15H O FILME

BRAÇOS CRUZADOS, MÁQUINAS PARADAS" DE ROBERTO GERVITZ E SERGIO TOLEDO (1979)

E O CURTA METRAGEM

"CURTA SARAUS" DE DAVI ALVES DA SILVA (2010)

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RODA DE CONVERSA COM OS PARTICIPANTES


CINE BIJOU – CINEMA E MEMÓRIA
LOCAL: Teatro Studio 184, Pça Roosevelt, 184 – Centro


SINOPSE
São Paulo, 1978. Três chapas disputam a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, o maior da América Latina, com 300.000 associados, e presidido por um 'pelego', desde o golpe militar de 1964 . Em meio à eleições, eclodem as primeiras greves operárias que iriam mudar o país. “Braços Cruzados Máquinas Paradas' revela, em narrativa envolvente, como funciona a estrutura sindical brasileira, de inspiração fascista. É também o primeiro documentário de longa-metragem sobre as chamadas 'greves espontâneas', ocorridas em São Paulo, 10 anos após a decretação do AI-5. Tais greves, que culminaram em um amplo movimento social que traria de volta a democracia ao país, estão na base dos acontecimentos que levaram à eleição do primeiro presidente operário da América Latina.


TRAILER DO CURTA SARAUS

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

DIA 27 /11, 22hs - LANÇAMENTO DE “QUEM VIU, VIU” – VERSÃO POPULAR



DIA 27 /11, 22H - LANÇAMENTO OFICIAL DO CD “QUEM VIU, VIU” – VERSÃO POPULAR

AMeRICA SHOW - Estrada do M’BOI MIRIM , 1576 - em frente ao Banco do Brasil

show com

VERSÃO POPULAR

NSN

CIENTISTA MCS

POETA COVIDADO SÉRGIO VAZ

MANO BROWN - RACIONAIS MCS

apresentação - ADIELSON

discotecagem - DJS NEY e SERGINHO

VENDA DO CD “QUEM VIU, VIU” NO LOCAL

INGRESSOS ANTECIPADOS A 10 REAIS PODEM SER COMPRADOS:

no BAR DO ZE BATIDÃO - COOPERIFA

Rua Bartolomeu dos Santos, 797 – Chácara Santana

na LOJA CÚPULA NEGREDO

Rua Adoasto de Godói - continuaçao da Av. Sabin

na SUB SOLO HIP HOP WEAR

Av. São João, 439 - loja 6

Mais informações:

HTTP://www.versaopopular.blogspot.com (Blog do Versão)

HTTP://www.myspace.com/grupoversaopopular (Myspace do Versão)

HTTP://www.colecionadordepedras1.blogspot.com (Blog do Sérgio Vaz – Cooperifa)


http://www.youtube.com/watch?v=pyxrHF2etPU&feature=player_embedded

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

SÁBADO - 16/10 - CINE BIJOU EXIBE "SEGUNDA FEIRA AO SOL" DE FERNANDO LEÓN DE ARANOA



O CINE BIJOU CINEMA E MEMÓRIA
EXIBIRÁ SÁBADO, 16/10, AS 15H O FILME


SEGUNDA FEIRA AO SOL" DE FERNANDO LEÓN DE ARANOA (2002)

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RODA DE CONVERSA COM OS PARTICIPANTES


CINE BIJOU – CINEMA E MEMÓRIA
LOCAL: Teatro Studio 184, Pça Roosevelt, 184 – Centro


SINOPSE
Uma cidade costeira no norte da Espanha sofre com seu isolamento quando seus estaleiros começam a ser fechados, deixando vários trabalhadores desempregados à mercê de pequenas ocupações temporárias. Entre eles está Santa (Javier Bardem), um machão rebelde e auto-suficiente que se recusa a admitir o fracasso. Mas a verdade é que ele e seus companheiros, dos quais ele se torna uma espécie de líder, são perdedores completos, mergulhados no alcoolismo e em crises familiares.

EIXO TEMÁTICO

O desenvolvimento da mundialização do capital e do capitalismo global, a partir da década de 1980, implicou numa nova divisão internacional do trabalho, com impacto significativos em alguns setores industriais nos países capitalistas do Primeiro Mundo, como, por exemplo, Espanha e Reino Unido. Ocorreu um agudo processo de desindustrialização e de reconversão produtiva que atingiu o mundo do trabalho, contribuindo para o aumento significativo do desemprego em massa e do desemprego de longa duração e da precarização do trabalho. Surgiram formas agudas de estranhamento da força de trabalho em virtude da sua desvalorização como mercadoria. Um grande contingente de ex-operários foram obrigados a buscar inserções precárias no mercado de trabalho no setor de serviços em expansão. Enfim, eles foram vítimas da globalização do capital e das mutações do capitalismo global, marcado pela financeirização exarcebada e pela constituição da sociedade em rede. Nessa nova etapa de desenvolvimento do sistema munbdial do capital se engendra uma nova dinâmica social caracterizada pelo sócio-metabolismo da barbarie, isto é, pela aguda dessocialização de amplos contingentes da sociedade do trabalho estranhado.




REALIZAÇÃO
a Ponte, Núcleo Memória, Teatro Studio 184 e Sarau da Ademar
APOIO: Programa VAI
CONTATOS: bijoucinememoria@gmail.com

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

SÁBADO - 02/10 - CINE BIJOU EXIBE "QUE BOM TE VER VIVA" DE LÚCIA MURAT


O CINE BIJOU CINEMA E MEMÓRIA
EXIBIRÁ NESTE SÁBADO, 02/10, AS 15H O FILME


QUE BOM TE VER VIVA, DE LÚCIA MURAT (1989)

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RODA DE CONVERSA COM OS PARTICIPANTES


CINE BIJOU – CINEMA E MEMÓRIA
LOCAL: Teatro Studio 184, Pça Roosevelt, 184 – Centro


SINOPSE
O filme aborda a tortura durante o período de ditadura no Brasil, mostrando como suas vítimas sobreviveram e como encaram aqueles anos de violência duas décadas depois. "Que Bom Te Ver Viva" mistura os delírios e fantasias de uma personagem anônima, interpretada pela atriz Irene Ravache, alinhavado os depoimentos de oito ex-presas políticas brasileiras que viveram situações de tortura. Mais do que descrever e enumerar sevícias, o filme mostra o preço que essas mulheres pagaram, e ainda pagam, por terem sobrevivido lúcidas à experiência de tortura. Para diferenciar a ficção do documentário, Lúcia Murat optou por gravar os depoimentos das ex-presas políticas em vídeo, como o enquadramento semelhante ao de retrato 3x4; filmar seu cotidiano à luz natural, representando assim a vida aparente; e usar a luz teatral, para enfocar o que está atrás da fotografia - o discurso incosciente do monólogo da personagem de Irene Ravache.



REALIZAÇÃO
a Ponte, Núcleo Memória, Teatro Studio 184 e Sarau da Ademar
APOIO: Programa VAI

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

SÁBADO - 25/09 - CINE BIJOU EXIBE "O DESAPARECIDO", DE COSTA GAVRAS


O CINE BIJOU CINEMA E MEMÓRIA
EXIBIRÁ NESTE SÁBADO, 25/09, AS 15H
O DESAPARECIDO (MISSING), DE COSTA GAVRAS (1982)
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INTERVENÇÃO TEATRAL:
HELENY, HELENY, DOCE COLIBRI
Com o Núcleo do 184
Homenagem à Heleny Guaryba, diretora teatral e militante socialista, assassinada durante a ditadura na casa de Petrópolis, cujo corpo ainda segue desaparecido

CINE BIJOU – CINEMA E MEMÓRIA
LOCAL: Teatro Studio 184, Pça Roosevelt, 184 – Centro


SINOPSE
Num restaurante em Santiago do Chile, um jovem jornalista norte-americano, residente nesse país, acaba escutando uma conversa na mesa ao lado, entre um agente da CIA e militares chilenos, que deixa clara a participação do governo norte-americano no golpe militar que depôs o governo socialista de Salvador Allende e inaugurou a ditadura do general Augusto Pinochet.
A obra de Costa Gavras focaliza inicialmente o cotidiano do jornalista no Chile, até seu desaparecimento, dias após o golpe de Estado do general Pinochet. O filme prossegue até o final com a busca desesperada do pai e da mulher do jornalista, na tentativa de encontrá-lo.
O Chile pós-golpe de Estado, os primeiros dias da repressão e todo horror da ditadura chilena, considerada uma das mais violentas da América Latina, são fielmente retratados pelo filme, que venceu a Palma de Ouro e o prêmio de melhor ator no festival de Cannes, além do Oscar de melhor roteiro adaptado.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Neste sábado, o Cine Bijou estará presente no 2º Aniversário do Sarau da Ademar




Estimadas Companheiras e Companheiros:

Neste Sábado (18/09), nosso Cine Bijou se deslocará excepcionalmente para a Cidade Ademar, visando fortalecer as atividades de 2º ANIVERSÁRIO DO SARAU DA ADEMAR.

Como é sabido, o coletivo do Sarau da Ademar é um parceiro de primeiro tempo do nosso "Cine Bijou - Cinema e Memória". Ao longo desta semana o Sarau Periférico está completando 2 anos de existência. Assim, reforçando uma das idéias estéticas e políticas de nosso projeto que é incentivar e fortalecer Coletivos Culturais de Jovens Trabalhadores e de Comunidades Periféricas, decidimos marcar presença e fortalecer as atividades do 2º Aniversário do Sarau da Ademar, que ocorrerão neste final de semana lá na Cidade Ademar. Confiram a programação abaixo.

SÁBADO (18/09), a partir das 15hs - Festival de Rap do Sarau da Ademar, na Rua Manuel Alves Mesquita (Cidade Ademar) - Com a participação dos grupos Versão Popular, Oitavo Pecado, SNS, Vício Poético, Gaspar, DJ Paul, Família Real, Bronx, Rafão, James Bantu e outros convidados.

DOMINGO (19/09) - Feira Cultural do Sarau da Ademar e Exposição Cultural de Artistas da Periferia, na Rua Durval Pinto Ferreira (altura do # 3140 da Av. Cupecê)


Retomaremos nossa programação regular do CINE BIJOU - Cinema e Memória no Teatro Studio 184 a partir do próximo sábado:

SÁBADO (25/09) - Exibição de "Missing", de Costa-Gavras + Intervenção Teatral "Heleny, Heleny, Doce Colibri", uma homenagem à Heleny Guariba do Núcleo do 184, em nossa sede habitual (Pça Roosevelt, 184)


Aguardamos a presença de todas e todos nessas atividades!

Forte Abraço,

Coletivo do "Cine Bijou - Cinema e Memória"

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

NESTA SEGUNDA: Leitura Dramática de Teatro Cubano no Studio 184

Leitura Dramática

Teatro Cubano

VAGOS RUMORES

Abelardo Estorino

Abelardo Estorino é considerado um dos maiores autores e diretores teatrais cubanos da atualidade.

Premiado várias vezes, tem levado a sua obra para muitos países e em vários Festivais.

Esteve no Brasil por duas vezes: em 1993, com Vagos rumores e Las penas saben nadar.

E em 2009, com o espetáculo Medea, no Festival Iberoamericano, realizado pelo Memorial da América Latina, em São Paulo.

A obra Vagos Rumores, retrata a vida e obra do poeta cubano, do século XIX José Jacinto Milanês, uma espécie da Castro Alves cubano, que lutou pela emancipação política de Cuba e pela libertação dos escravos. Revolucionou também o teatro cubano, implantando o romantismo nas artes cubanas, com a obra El conde Alarcos.

Nos últimos 20 anos de sua vida, decidiu não falar com ninguém. A obra revela os rumores que atormentavam o seu ser durante estes 20 anos.

Projeto: E A LUTA CONTINUA...

Núcleo do 184 da Cooperativa Paulista de Teatro

16ª Edição Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo

CICLO DE LEITURAS "PÁGINAS DA REVOLUÇÃO"

Dia 13 de Setembro (segunda feira) 20:00 horas

ENTRADA FRANCA

VAGOS RUMORES

de Abelardo Estorino

poeta e autor cubano

Elenco: Anderson Negreiro, Carol De Grammont, Dulce Muniz, Fernanda Arantes, Leandro Lago, Lourdes Bastos, Marcelo Camilo, Maria Rita Mello, Paulo Paixão, Roberto Ascar, Ruben Espinoza.

Comentários: Renata Pallottini

Secretaria de Produção: Dema de Francisco

Direção: Luiz de Assis Monteiro.

LOCAL: TEATRO STUDIO 184

Praça Roosevelt, 184 - Fone: (011) 3259.6940

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sábado, 04/09: Antropofagia na Cultura Brasileira



Antropofagia Modernista (anos 1920-30)
Antropofagia Tropicalista (anos 1960-70)
Antropofagia Periférica (anos 2000-??)


Do Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade (1928) até o Manifesto da Antropofagia Periférica de Sérgio Vaz (2007), passaram-se longos 80 anos de história. Neste monte de pedras no meio do caminho, a cultura brasileira vivenciou ainda uma outra proposta estética "antropofágica", formulada e experienciada à sua maneira pelo chamado Tropicalismo (anos 1960-70, sobretudo na música), em plena ditadura civil-militar no país. Tropicalismo que, na opinião de alguns, ainda vive o seu "eterno presente" hegemônico, enquanto para muitos outros há bastante tempo não simboliza mais o Novo, muito menos carrega consigo qualquer Utopia a ser almejada...

Moderna? Tropicalista? Periférica? Como anda a nossa imaginação estética e política?

A próxima sessão do Cine Bijou - Cinema e Memória buscará aprofundar esta importante discussão, que diz respeito ao nosso passado, presente e futuro. Quais as inspirações mútuas destes três importantes movimentos culturais do país? Quais as diferenças substanciais nas suas respectivas propostas políticas e estéticas? Quais continuidades e quais rupturas houve entre cada uma delas? Quem as protagonizou, e quem segue protagonizando?

No próximo sábado (04/09), a partir das 15hs, no mesmo Teatro Studio 184 (Pça Roosevelt, 184), tentaremos abordar este tema fundamental com a seguinte programação:

FILME: "Macunaíma" de Joaquim Pedro de Andrade (1969)

INTERVENÇÃO TEATRAL: com a Companhia Antropofágica

FILME: "Povo Lindo, Povo Inteligente - o Sarau da Cooperifa", de Sérgio Gagliardi e Maurício Falcão (2007)
RODA DE CONVERSA: com a participação de Sérgio Vaz, da Cooperifa, entre outros convidados especiais para comporem a nossa roda livre.

Com a palavra, para esquentar o debate, alguns dos protagonistas e dos textos centrais que marcam estas experiências artísticas.


http://colecionadordepedras1.blogspot.com/2010/08/manifesto-da-antropofagia-periferica.html

Manifesto da Antropofagia periférica - Sergio Vaz


A Periferia nos une pelo amor, pela dor e pela cor.

Dos becos e vielas há de vir a voz que grita contra o silêncio que nos pune. Eis que surge das ladeiras um povo lindo e inteligente galopando contra o passado. A favor de um futuro limpo, para todos os brasileiros.

A favor de um subúrbio que clama por arte e cultura, e universidade para a diversidade. Agogôs e tamborins acompanhados de violinos, só depois da aula.

Contra a arte patrocinada pelos que corrompem a liberdade de opção. Contra a arte fabricada para destruir o senso crítico, a emoção e a sensibilidade que nasce da múltipla escolha.

A Arte que liberta não pode vir da mão que escraviza.

A favor do batuque da cozinha que nasce na cozinha e sinhá não quer. Da poesia periférica que brota na porta do bar.

Do teatro que não vem do “ter ou não ter...”. Do cinema real que transmite ilusão.

Das Artes Plásticas, que, de concreto, quer substituir os barracos de madeiras.

Da Dança que desafoga no lago dos cisnes.

Da Música que não embala os adormecidos.

Da Literatura das ruas despertando nas calçadas.

A Periferia unida, no centro de todas as coisas.

Contra o racismo, a intolerância e as injustiças sociais das quais a arte vigente não fala.

Contra o artista surdo-mudo e a letra que não fala.

É preciso sugar da arte um novo tipo de artista: o artista-cidadão. Aquele que na sua arte não revoluciona o mundo, mas também não compactua com a mediocridade que imbeciliza um povo desprovido de oportunidades. Um artista a serviço da comunidade, do país. Que armado da verdade, por si só exercita a revolução.

Contra a arte domingueira que defeca em nossa sala e nos hipnotiza no colo da poltrona.

Contra a barbárie que é a falta de bibliotecas, cinemas, museus, teatros e espaços para o acesso à produção cultural.Contra reis e rainhas do castelo globalizado e quadril avantajado.

Contra o capital que ignora o interior a favor do exterior.

Miami pra eles ? “Me ame pra nós!”.

Contra os carrascos e as vítimas do sistema.

Contra os covardes e eruditos de aquário.

Contra o artista serviçal escravo da vaidade.

Contra os vampiros das verbas públicas e arte privada.

A Arte que liberta não pode vir da mão que escraviza.

Por uma Periferia que nos une pelo amor, pela dor e pela cor.

É TUDO NOSSO!


http://www.lumiarte.com/luardeoutono/oswald/manifantropof.html


Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.

Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz.

Tupi, or not tupi that is the question.

Contra todas as catequeses. E contra a mãe dos Gracos.

Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago.

Estamos fatigados de todos os maridos católicos suspeitosos postos em drama. Freud acabou com o enigma mulher e com outros sustos da psicologia impressa.

O que atropelava a verdade era a roupa, o impermeável entre o mundo interior e o mundo exterior. A reação contra o homem vestido. O cinema americano informará.

Filhos do sol, mãe dos viventes. Encontrados e amados ferozmente, com toda a hipocrisia da saudade, pelos imigrados, pelos traficados e pelos touristes. No país da cobra grande.

Foi porque nunca tivemos gramáticas, nem coleções de velhos vegetais. E nunca soubemos o que era urbano, suburbano, fronteiriço e continental. Preguiçosos no mapa-múndi do Brasil.

Uma consciência participante, uma rítmica religiosa.

Contra todos os importadores de consciência enlatada. A existência palpável da vida. E a mentalidade pré-lógica para o Sr. Lévy-Bruhl estudar.

Queremos a Revolução Caraiba. Maior que a Revolução Francesa. A unificação de todas as revoltas eficazes na direção do homem. Sem n6s a Europa não teria sequer a sua pobre declaração dos direitos do homem.

A idade de ouro anunciada pela América. A idade de ouro. E todas as girls.

Filiação. O contato com o Brasil Caraíba. Ori Villegaignon print terre. Montaig-ne. O homem natural. Rousseau. Da Revolução Francesa ao Romantismo, à Revolução Bolchevista, à Revolução Surrealista e ao bárbaro tecnizado de Keyserling. Caminhamos..

Nunca fomos catequizados. Vivemos através de um direito sonâmbulo. Fizemos Cristo nascer na Bahia. Ou em Belém do Pará.

Mas nunca admitimos o nascimento da lógica entre nós.

Contra o Padre Vieira. Autor do nosso primeiro empréstimo, para ganhar comissão. O rei-analfabeto dissera-lhe : ponha isso no papel mas sem muita lábia. Fez-se o empréstimo. Gravou-se o açúcar brasileiro. Vieira deixou o dinheiro em Portugal e nos trouxe a lábia.

O espírito recusa-se a conceber o espírito sem o corpo. O antropomorfismo. Necessidade da vacina antropofágica. Para o equilíbrio contra as religiões de meridiano. E as inquisições exteriores.

Só podemos atender ao mundo orecular.

Tínhamos a justiça codificação da vingança. A ciência codificação da Magia. Antropofagia. A transformação permanente do Tabu em totem.

Contra o mundo reversível e as idéias objetivadas. Cadaverizadas. O stop do pensamento que é dinâmico. O indivíduo vitima do sistema. Fonte das injustiças clássicas. Das injustiças românticas. E o esquecimento das conquistas interiores.

Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros.

O instinto Caraíba.

Morte e vida das hipóteses. Da equação eu parte do Cosmos ao axioma Cosmos parte do eu. Subsistência. Conhecimento. Antropofagia.

Contra as elites vegetais. Em comunicação com o solo.

Nunca fomos catequizados. Fizemos foi Carnaval. O índio vestido de senador do Império. Fingindo de Pitt. Ou figurando nas óperas de Alencar cheio de bons sentimentos portugueses.

Já tínhamos o comunismo. Já tínhamos a língua surrealista. A idade de ouro.

Catiti Catiti

Imara Notiá

Notiá Imara

Ipeju*

A magia e a vida. Tínhamos a relação e a distribuição dos bens físicos, dos bens morais, dos bens dignários. E sabíamos transpor o mistério e a morte com o auxílio de algumas formas gramaticais.

Perguntei a um homem o que era o Direito. Ele me respondeu que era a garantia do exercício da possibilidade. Esse homem chamava-se Galli Mathias. Comia.

Só não há determinismo onde há mistério. Mas que temos nós com isso?

Contra as histórias do homem que começam no Cabo Finisterra. O mundo não datado. Não rubricado. Sem Napoleão. Sem César.

A fixação do progresso por meio de catálogos e aparelhos de televisão. Só a maquinaria. E os transfusores de sangue.

Contra as sublimações antagônicas. Trazidas nas caravelas.

Contra a verdade dos povos missionários, definida pela sagacidade de um antropófago, o Visconde de Cairu: – É mentira muitas vezes repetida.

Mas não foram cruzados que vieram. Foram fugitivos de uma civilização que estamos comendo, porque somos fortes e vingativos como o Jabuti.

Se Deus é a consciênda do Universo Incriado, Guaraci é a mãe dos viventes. Jaci é a mãe dos vegetais.

Não tivemos especulação. Mas tínhamos adivinhação. Tínhamos Política que é a ciência da distribuição. E um sistema social-planetário.

As migrações. A fuga dos estados tediosos. Contra as escleroses urbanas. Contra os Conservatórios e o tédio especulativo.

De William James e Voronoff. A transfiguração do Tabu em totem. Antropofagia.

O pater famílias e a criação da Moral da Cegonha: Ignorância real das coisas+ fala de imaginação + sentimento de autoridade ante a prole curiosa.

É preciso partir de um profundo ateísmo para se chegar à idéia de Deus. Mas a caraíba não precisava. Porque tinha Guaraci.

O objetivo criado reage com os Anjos da Queda. Depois Moisés divaga. Que temos nós com isso?

Antes dos portugueses descobrirem o Brasil, o Brasil tinha descoberto a felicidade.

Contra o índio de tocheiro. O índio filho de Maria, afilhado de Catarina de Médicis e genro de D. Antônio de Mariz.

A alegria é a prova dos nove.

No matriarcado de Pindorama.

Contra a Memória fonte do costume. A experiência pessoal renovada.

Somos concretistas. As idéias tomam conta, reagem, queimam gente nas praças públicas. Suprimarnos as idéias e as outras paralisias. Pelos roteiros. Acreditar nos sinais, acreditar nos instrumentos e nas estrelas.

Contra Goethe, a mãe dos Gracos, e a Corte de D. João VI.

A alegria é a prova dos nove.

A luta entre o que se chamaria Incriado e a Criatura – ilustrada pela contradição permanente do homem e o seu Tabu. O amor cotidiano e o modusvivendi capitalista. Antropofagia. Absorção do inimigo sacro. Para transformá-lo em totem. A humana aventura. A terrena finalidade. Porém, só as puras elites conseguiram realizar a antropofagia carnal, que traz em si o mais alto sentido da vida e evita todos os males identificados por Freud, males catequistas. O que se dá não é uma sublimação do instinto sexual. É a escala termométrica do instinto antropofágico. De carnal, ele se torna eletivo e cria a amizade. Afetivo, o amor. Especulativo, a ciência. Desvia-se e transfere-se. Chegamos ao aviltamento. A baixa antropofagia aglomerada nos pecados de catecismo – a inveja, a usura, a calúnia, o assassinato. Peste dos chamados povos cultos e cristianizados, é contra ela que estamos agindo. Antropófagos.

Contra Anchieta cantando as onze mil virgens do céu, na terra de Iracema, – o patriarca João Ramalho fundador de São Paulo.

A nossa independência ainda não foi proclamada. Frape típica de D. João VI: – Meu filho, põe essa coroa na tua cabeça, antes que algum aventureiro o faça! Expulsamos a dinastia. É preciso expulsar o espírito bragantino, as ordenações e o rapé de Maria da Fonte.

Contra a realidade social, vestida e opressora, cadastrada por Freud – a realidade sem complexos, sem loucura, sem prostituições e sem penitenciárias do matriarcado de Pindorama.

OSWALD DE ANDRADE Em Piratininga Ano 374 da Deglutição do Bispo Sardinha." (Revista de Antropofagia, Ano 1, No. 1, maio de 1928.)

* "Lua Nova, ó Lua Nova, assopra em Fulano lembranças de mim", in O Selvagem, de Couto Magalhães

Oswald de Andrade alude ironicamente a um episódio da história do Brasil: o naufrágio do navio em que viajava um bispo português, seguido da morte do mesmo bispo, devorado por índios antropófagos.


CINE BIJOU – CINEMA E MEMÓRIA

LOCAL: Teatro Studio 184, Pça Roosevelt, 184 – Centro

PRINCIPAIS AÇÕES: Resgatar e atualizar a memória de um antigo espaço cultural de resistência de nossa cidade (o Cine Bijou), extremamente importante durante a ditadura civil-militar, realizando, em uma de suas antigas salas (a sala Sérgio Cardoso), exibições de filmes, intervenções teatrais e debates entre militantes do período e jovens ativistas sociais de hoje em dia, de modo a fortalecer a discussão em torno do direito à Memória, à Verdade e à Justiça, bem como a reflexão acerca da Cidade e da Sociedade em que vivemos.

REALIZAÇÃO: a Ponte, Núcleo Memória, Teatro Studio 184 e Sarau da Ademar

APOIO: Programa VAI

CONTATOS: bijoucinememoria@gmail.com / 7308-6252 (c/ Alê), 6991-9699 (c/ Danilo)

BLOG: http://www.bijoucinememoria.blogspot.com



Projeto "Cine Bijou - Cinema e Memória"

O Cine Bijou, para quem não o conheceu, foi um dos mais importantes cinemas da cidade de São Paulo. Ficava na Praça Roosevelt e, durante quase todo o período da Ditadura Civil-Militar Brasileira (1964-1989) cumpriu um inesquecível papel de resistência simbólica e artística: ali foram exibidos inúmeros filmes críticos e independentes. Fechado no final dos anos 1980 e correndo o risco de ter sua história esquecida ou pouco discutida, seu espaço, no entanto, não deixou de abrigar a arte de resistência, tendo uma de suas salas (a antiga Sérgio Cardoso) se tornado a sede do grupo de teatro dirigido pela militante socialista Dulce Muniz.

Foi juntando a força do significado histórico do Cine Bijou com a garra de militantes que resistiram contra a Ditadura (como a Dulce e os companheiros do Núcleo Memória), e de jovens militantes de hoje, que nasceu a idéia de "reativar" o Cine Bijou.

No Sábado (24/07) demos início a um projeto (que entendemos importante) de preservação crítica da memória: CINE BIJOU – Cinema e Memória. A idéia tem sido resgatar e reocupar, quinzenalmente, sua antiga Sala Sérgio Cardoso por meio do próprio Cinema, do Teatro e de Debates, buscando refletir sobre o Passado e o Presente. Nossa proposta será, por meio de alguns destes filmes – casados a produções atuais, refletir e discutir sobre as tarefas indispensáveis para a construção e aprofundamento democrático em nosso país. A nossa democracia ainda é extremamente frágil e restrita, e o grande desafio que enfrentamos é a sua consolidação e ampliação.

Tendo consciência desta enorme tarefa e se posicionando contrariamente a todos aqueles que, no período democrático, seguem criminalizando e reprimindo os trabalhadores e as trabalhadoras pobres (sobretudo jovens moradores da periferia, mas também a população pobre moradora ou frequentadora do Centro de São Paulo, vítimas do processo de "revitalização" e "higienização" do Centro), o coletivo do projeto Cine Bijou se propõe a (re)ocupar um espaço no Centro exatamente com as pessoas e com as idéias discriminadas por esta lógica autoritária, bastante presente nos nosso dias.

Assim, o Cine Bijou - Cinema e Memória realizará quinzenalmente – sempre aos sábados, às 15hs – atividades gratuitas na antiga Sala Sérgio Cardoso do Bijou (atual Teatro Studio 184).

Tendo como eixo o Cinema e sua discussão, apresentaremos também pequenas intervenções em outras linguagens: teatro, música, artes plásticas, etc.

Desta maneira, entendemos que podemos enfrentar o que consideramos dois importantes aspectos da construção democrática ora em curso: por um lado, fortalecer a preservação e difusão da nossa Memória Cultural e Política da resistência; por outro, ampliar o acesso a essa memória e aos bens culturais atraindo, sobretudo, a participação de adolescentes e de jovens trabalhadores pobres que moram ou freqüentam a região do Centro Velho da cidade de São Paulo. Vale destacar, dentre estes grupos, a importância que damos a coletivos periféricos das mais variadas formas de resistência, dentre os quais está o pessoal do Sarau da Ademar – coletivo de jovens poetas e artistas da Cidade Ademar -, que soma desde o início do projeto.


Paralelamente – e até para que possamos cumprir com êxito as tarefas que nos propomos – faz parte do nossos objetivos a construção de um espaço capaz de atrair e aglutinar jovens artistas, pesquisadores, historiadores e estudiosos das várias áreas do saber, lado a lado com as gerações que viveram e resistiram nesses diversos campos, durante a ditadura.

Deste modo, o Cine Bijou, que desempenhou um importante papel na formação dessas gerações que resistiram nos anos 1960, 1970 e 1980, retoma por meio deste projeto o seu papel junto às novas gerações que, neste início do século 21 estejam interessadas na consolidação e ampliação da democracia em nosso país.

CINE BIJOU – CINEMA E MEMÓRIA

LOCAL: Teatro Studio 184, Pça Roosevelt, 184 – Centro

PRINCIPAIS AÇÕES: Resgatar e atualizar a memória de um antigo espaço cultural de resistência de nossa cidade (o Cine Bijou), extremamente importante durante a ditadura civil-militar, realizando, em uma de suas antigas salas (a sala Sérgio Cardoso), exibições de filmes, intervenções teatrais e debates entre militantes do período e jovens ativistas sociais de hoje em dia, de modo a fortalecer a discussão em torno do direito à Memória, à Verdade e à Justiça, bem como a reflexão acerca da Cidade e da Sociedade em que vivemos.

REALIZAÇÃO: a Ponte, Núcleo Memória, Teatro Studio 184 e Sarau da Ademar

APOIO: Programa VAI

CONTATOS: bijoucinememoria@gmail.com / 7308-6252 (c/ Alê) ou 6991-9699 (c/ Danilo)

BLOG: HTTP://WWW.BIJOUCINEMEMORIA.BLOSPOT.COM

terça-feira, 17 de agosto de 2010

PRÓXIMO SÁBADO (21/08), ÀS 15HS

SÁBADO (21/08), ÀS 15hs: "VIOLÊNCIA E PAIXÃO", de Lucchino Visconti


COMPAREÇAM E DIVULGUEM:

no próximo sábado, dia 21 de agosto,
teremos mais uma sessão do nosso projeto

Cine Bijou - Cinema e Memória

no Teatro Studio 184
na Pça. Roosevelt, 184

Duas mudanças foram feitas, para melhor acomodarmos o tempo de tod@s:

PRIMEIRA MUDANÇA
A partir deste próximo sábado,
as apresentações passarão a ter início às

15h00

SEGUNDA MUDANÇA
Embora houvéssemos anunciado que projetaríamos neste sábado "O Leopardo", de Lucchino Visconti, os organizadores entenderam por bem modificar a programação.
Manteremos o diretor (Visconti), mas trocamos o filme: passaremos

"VIOLÊNCIA E PAIXÃO"

O motivo desta mudança:

A cópia de "O Leopardo" tem
duas horas e quarenta minutos.

Isto impediria que fizéssemos
a roda de conversa ao final.

Gratos pela compreensão
Os Organizadores

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Projeto "Cine Bijou - Cinema e Memória"


O Cine Bijou, para quem não o conheceu, foi um dos mais importantes cinemas da cidade de São Paulo. Ficava na Praça Roosevelt e, durante quase todo o período da Ditadura Civil-Militar Brasileira (1964-1989) cumpriu um inesquecível papel de resistência simbólica e artística: ali foram exibidos inúmeros filmes críticos e independentes. Fechado no final dos anos 1980 e correndo o risco de ter sua história esquecida ou pouco discutida, seu espaço, no entanto, não deixou de abrigar a arte de resistência, tendo uma de suas salas (a antiga Sérgio Cardoso) se tornado a sede do grupo de teatro dirigido pela militante socialista Dulce Muniz.

Foi juntando a força do significado histórico do Cine Bijou com a garra de militantes que resistiram contra a ditadura (como a Dulce e os companheiros do Núcleo Memória), e de jovens militantes de hoje, que nasceu a idéia de "reativar" o Cine Bijou.

No Sábado (24/07) demos início a um projeto (que entendemos importante) de preservação crítica da memória: CINE BIJOU – Cinema e Memória. A idéia tem sido resgatar e reocupar, quinzenalmente, sua antiga Sala Sérgio Cardoso por meio do próprio Cinema, do Teatro e de Debates, buscando refletir sobre o Passado e o Presente. Nossa proposta será, por meio de alguns destes filmes – casados a produções atuais, refletir e discutir sobre as tarefas indispensáveis para a construção e aprofundamento democrático em nosso país. A nossa democracia ainda é extremamente frágil e restrita, e o grande desafio que enfrentamos é a sua consolidação e ampliação.

Tendo consciência desta grande fragilidade e se posicionando contrariamente a todos aqueles que, no período democrático, seguem criminalizando e reprimindo os trabalhadores e as trabalhadoras pobres (sobretudo jovens moradores da periferia, mas também a população pobre moradora ou frequentadora do Centro de São Paulo, vítimas do processo de "revitalização" e "higienização" do Centro), o coletivo do projeto Cine Bijou se propõe a (re)ocupar um espaço no Centro exatamente com as pessoas e com as idéias discriminadas por esta lógica autoritária, bastante presente nos nosso dias.

Assim, o Cine Bijou - Cinema e Memória realizará quinzenalmente – sempre aos sábados, às 14hs – atividades gratuitas na antiga Sala Sérgio Cardoso do Bijou (atual Teatro Studio 184).

Tendo como eixo o Cinema e sua discussão, apresentaremos também pequenas intervenções em outras linguagens: teatro, música, artes plásticas, etc.


Desta maneira, entendemos que possamos enfrentar o que consideramos dois importantes aspectos da construção democrática ora em curso: por um lado, fortalecer a preservação e difusão da nossa Memória Cultural e Política da resistência; por outro, ampliar o acesso a essa memória e aos bens culturais atraindo, sobretudo, a participação de adolescentes e de jovens trabalhadores pobres que moram ou freqüentam a região do Centro Velho da cidade de São Paulo. Vale destacar, dentre estes grupos, a importância que damos a coletivos periféricos das mais variadas formas de resistência, dentre os quais está o pessoal do Sarau da Ademar – coletivo de jovens poetas e artistas da Cidade Ademar -, que já começou a somar no projeto.


Paralelamente – e até para que possamos cumprir com êxito as tarefas que nos propomos – faz parte do nosso projeto a construção de um espaço capaz de atrair e aglutinar jovens artistas, pesquisadores, historiadores e estudiosos das várias áreas do saber, lado a lado com as gerações que viveram e resistiram nesses diversos campos, durante a ditadura.


Deste modo, o Cine Bijou, que desempenhou um importante papel na formação dessas gerações que resistiram nos anos 1960, 1970 e 1980, retoma por meio deste projeto o seu papel junto às novas gerações que, neste início do século 21 estejam interessadas na consolidação e ampliação da democracia em nosso país.



CINE BIJOU – CINEMA E MEMÓRIA


LOCAL: Teatro Studio 184, Pça Roosevelt, 184 – Centro


PRINCIPAIS AÇÕES: Resgatar e atualizar a memória de um antigo espaço cultural de resistência de nossa cidade (o Cine Bijou), extremamente importante durante a ditadura civil-militar, realizando, em uma de suas antigas salas (a sala Sérgio Cardoso), exibições de filmes, intervenções teatrais e debates entre militantes do período e jovens ativistas sociais de hoje em dia, de modo a fortalecer a discussão em torno do direito à Memória, à Verdade e à Justiça, bem como a reflexão acerca da Cidade e da Sociedade em que vivemos.


REALIZAÇÃO: a Ponte, Núcleo Memória, Teatro Studio 184 e Sarau da Ademar


APOIO: Programa VAI


CONTATOS: bijoucinememoria@gmail.com / 7308-6252 (c/ Alê) ou 6991-9699 (c/ Danilo)

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Você entra
hoje
de terno
e gravata
no Cine Bijou
à procura
da eterna
bravata
do I love you
e se senta
erecto
e circunspecto
sem perceber
que a poltrona
se assenta
- ancestral -
em plena zona
central
dos anos
sessenta.

Ninguém mais
se lembra
nestas alturas
das barbas
sandálias
posturas
politizadas
de quem trocava
os valores
dos pais
por outros amores
de desconforto:
utopias
especializadas
na raiz
do aborto
insuspeitado
de um novo
país.
(trecho de poema de Minás Kuyumjian Neto sobre o Cine Bijou)